Seja como empreendedor ou como pessoa física, é bem provável que as suas rotinas financeiras sejam influenciadas pelo Open Banking, o novo sistema em implantação no Brasil.
A iniciativa mais recente do Banco Central já está em fase de execução, e promete transformar o modelo financeiro vigente no País, trazendo inovações para o mercado.
No entanto, muitos consumidores ainda não conhecem esse sistema, ou tem dúvidas sobre como ele irá funcionar de fato.
Pensando nisso, a STi3 Sistemas preparou este guia especial com tudo que você precisa saber sobre o Open Banking, o que é esse sistema e quais os benefícios que ele pode trazer para o setor financeiro.
O que é o Open Banking?
O Open Banking, que pode ser traduzido como sistema financeiro aberto, é um novo modelo de negócio que oferece mais autonomia para os clientes compartilharem suas informações entre diferentes instituições bancárias.
Atualmente, o modelo vigente não permite que as empresas financeiras conheçam as movimentações financeiras dos clientes em outras concorrentes.
Em outras palavras, um banco não pode acessar os dados do consumidor em outro banco.
No entanto, com a proposta do Open Banking, a ideia é que o consumidor escolha compartilhar seus dados, e, com isso, permita que diferentes instituições possam realizar essa comunicação de maneira mais segura, ágil e eficiente.
Isso seria possível por meio de uma camada de tecnologia padronizada, que integraria os dados fornecidos pelos próprios correntistas em um único banco de dados externo, conhecido como API.
Essa é a sigla para Application Programming Interface, que, em tradução, significa Interface de Programação de Aplicativos, o que nada mais é que padrões de programação para sites e plataformas.
Dessa forma, as instituições poderão utilizar o mesmo API para compartilhar os dados do cliente, fazendo com que o Open Banking ganhe vida.
Essa tecnologia é mais um dos projetos do Banco Central que tem por objetivo inovar o mercado financeiro, não sendo o primeiro a ser colocado em prática.
No início de 2021, o sistema de pagamentos instantâneos Pix também se popularizou, e, hoje, conta com milhões de usuários.
A expectativa é que o Open Banking esteja plenamente ativo até o final de 2021. O método conta com quatro fases de implantação em seu planejamento, para alcançar esse objetivo.
Para que serve o Open Banking
A princípio, o papel do Open Banking é proporcionar serviços financeiros de maior qualidade para o consumidor, além de aumentar o controle sobre seus dados.
Isso será possível por conta das informações que o cliente optar por compartilhar, permitindo que as instituições possam desenvolver serviços mais personalizados e assertivos.
Dessa forma, a qualidade dos produtos financeiros também irá aumentar.
Enquanto isso, o Open Banking também servirá para integrar os bancos do País com mais segurança e eficiência, possibilitando uma rede de informações completa entre as instituições, promovendo um mercado mais competitivo.
Como funciona na prática?
O Open Banking pode parecer um conceito difícil, mas, na realidade, ele funciona de maneira bastante prática.
Imagine que o cliente permaneceu em um determinado banco durante anos, onde fazia todas as suas movimentações financeiras.
No entanto, ele decide trocar de instituição, mas, ao realizar essa migração, perde todo o histórico de serviços que já usou no primeiro banco.
Por exemplo, ele não poderá ter acesso a um cartão de crédito com o mesmo limite, ou consultar seu histórico financeiro por ser de outro banco.
O objetivo do Open Banking é resolver situações como essa, pois ela permitirá que os dois bancos troquem informações em prol do cliente.
Ao acessar o banco de dados externo, a instituição poderá conferir o perfil do consumidor, elaborando ofertas personalizadas que atendam às suas necessidades.
Quem participa do Open Banking?
Até o momento, apenas instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central poderão participar do Open Banking.
Ou seja, será preciso ter a certificação de funcionamento do órgão para se tornar elegível.
Além disso, o Banco Central também determina participantes obrigatórios e voluntários.
Basicamente, instituições financeiras que possuem porte acima de 1% do PIB, ou têm relevância internacional, são obrigadas a aderir ao modelo. Por exemplo:
- Santander;
- Banco do Brasil;
- Bradesco;
- Citibank;
- Itaú.
Enquanto isso, instituições de pagamento ou fintechs não são obrigadas a participar, mas podem se tornar voluntárias. É caso de bancos como:
- Nubank;
- PicPay;
- Mercado Pago.
Impacto do Open Banking nos negócios
Além de ser um sistema benéfico para os clientes pessoa jurídica, o Open Banking também terá um grande impacto nos negócios.
Isso porque as expectativas são de que essa integração de dados entre as instituições favoreça o mercado e sua movimentação mais transparente e fluida.
Ao criar produtos mais personalizados e adequados para o cliente, espera-se que o cenário econômico também sofra um aquecimento. Afinal, os consumidores terão acesso mais facilitado à crédito e serviços financeiros.
Com isso, os negócios e empreendimentos também poderão ser favorecidos pela atuação do Open Banking, potencializando seu ticket médio, por exemplo.
E, claro, as pessoas jurídicas também terão a oportunidade de compartilhar seus dados e receber propostas mais assertivas para seus perfis.
Quais os benefícios do Open Banking?
O Open Banking não se tornou popular apenas por suas inovações, mas também pelos benefícios que ele pode trazer para os clientes.
Por isso, para entender melhor como esse sistema irá funcionar, vale a pena conhecer alguns desses pontos positivos. Confira mais detalhes das principais vantagens desse método:
Liberdade de informações
A liberdade de informações é entendida como um direito universal do ser humano, assim como a liberdade de expressão.
No âmbito financeiro, essa liberdade significa que o consumidor pode escolher o que, como e onde compartilhar os seus dados, sem ser prejudicado por isso.
Assim, além do direito de se expressar, ele também tem direito à privacidade, ou poder para divulgar suas informações quando quiser.
Nesse caso, o Open Banking é capaz de garantir essa liberdade para os clientes de serviços financeiros.
Autonomia sobre dados
Enquanto isso, um dos principais objetivos do Open Banking é fornecer mais autonomia para o consumidor sobre seus dados bancários.
Hoje, mesmo que ele possa acessar essas informações, não existe um controle, de fato, sobre o que é ou não divulgado.
No entanto, com esse sistema, todo e qualquer dado só será acessado com expressa autorização, permitindo que o cliente possa escolher o que compartilhar.
Menores custos
Outro ponto vantajoso sobre o Open Banking é que se trata de uma API aberta, ou seja, uma tecnologia acessível.
Isso permite uma redução nos custos de operação e intermediação dos dados, uma vez que os bancos poderão desenvolver seus aplicativos com esse código livre e integrado.
Mais competição no mercado financeiro
Com acesso aos dados dos clientes, as instituições poderão criar ofertas e serviços mais personalizados, buscando superar seus concorrentes.
Isso poderá gerar uma maior competição no mercado, reduzindo taxas e promovendo produtos com os melhores custo-benefícios para os consumidores.
E uma vez que o consumidor terá a liberdade de escolher os serviços que melhor combinam com seu perfil, as taxas e condições serão mais vantajosas.
Serviços personalizados
Ainda, o Open Banking possibilitará a criação de serviços personalizados para os clientes, pois os bancos terão acesso aos dados que permitem isso.
Por exemplo, será possível avaliar o comportamento do consumidor e suas preferências, criando produtos que combinem mais com seu histórico.
Assim, os serviços serão mais assertivos, eficientes e objetivos, criados especialmente para cada cliente.
Principais fases de implementação do Open Banking
Embora seja uma novidade para muitas pessoas, o Open Banking já está em fase de implementação, e pode entrar em vigor até o final de 2021.
Por isso, confira mais sobre as principais etapas que envolvem esse sistema:
Primeira fase
A primeira fase do Open Banking começa permitindo que as instituições disponibilizem informações padronizadas para os clientes.
Por exemplo, quais os canais de atendimento para dúvidas, os serviços que sofrerão alteração e como permitir o compartilhamento de dados.
Nesse caso, nenhuma informação será recolhida, sendo uma fase apenas de conhecimento.
Ela começou a ser implementada em fevereiro de 2021, e ainda segue em vigor.
Segunda fase
Enquanto isso, a segunda fase do Open Banking já começa com as operações de transação de dados em serviços bancários tradicionais, como contas correntes e de pagamentos.
Nessa etapa, o cliente poderá liberar seus dados para a instituição participante, mas apenas os dados mais básicos, como suas movimentações e cartão de crédito, por exemplo.
Aqui, o cliente também poderá começar a receber ofertas mais personalizadas, já de acordo com o que compartilha.
Essa fase teve início em agosto de 2021, segundo o calendário do Banco Central, mas ainda segue em testes.
Terceira fase
Finalmente, a terceira fase do Open Banking já visa o compartilhamento de dados de transações de pagamento, como Pix e transferências.
Nessa etapa, surge a possibilidade de compartilhar e aceitar propostas de crédito de outras instituições, mesmo sem acessar a plataforma propriamente dita.
O objetivo é facilitar o acesso do cliente aos produtos e operações financeiras, pois não será preciso entrar em contato direto com o banco para fazer transações.
A expectativa é que a terceira fase comece já em outubro de 2021.
Quarta fase
Na quarta e última fase de implementação do Open Banking, o consumidor poderá compartilhar seus dados de outros produtos e serviços, como:
- investimentos;
- seguros;
- previdência;
- câmbio.
Além disso, o controle dos dados por parte dos clientes já será quase que completo, em todas as instituições relacionadas ao perfil.
Principais riscos do Open Banking
Por outro lado, para conhecer o Open Banking e como ele realmente funciona, é importante se atentar para possíveis riscos desse sistema.
Confira alguns pontos de atenção que esse método apresenta:
Regulação
A regulação dos dados bancários que poderão ser compartilhados ainda é um ponto de discussão no Open Banking.
Isso porque existem diversas informações sigilosas nos registros de cada cliente, e é importante definir quais dados realmente poderão ser enviados ao servidores.
Essa questão necessita de uma regulamentação apropriada, para garantir a segurança dos clientes e das suas informações.
Padronização
Além disso, cada instituição possui seu próprio API. No entanto, para que o Open Banking funcione apropriadamente, é fundamental que exista uma tecnologia padronizada de acesso.
Nesse caso, é preciso desenvolver sistemas que atendam a todos os bancos de maneira satisfatória, mantendo os padrões que permitam a plena executação dessa iniciativa.
Segurança
Por fim, a segurança dos dados, de forma geral, ainda é um risco que surge com o Open Banking.
A concentração de dados bancários em uma única tecnologia pode aumentar as chances de roubos, por exemplo, mesmo que em uma porcentagem mínima.
É preciso que as instituições financeiras estejam prontas para zelar pela segurança dos dados pessoais e financeiros de seus clientes, além de oferecer todos os procedimentos necessários.
Além disso, com a efetivação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que altera a forma de armazenar dados online, as instituições devem equilibrar essas normas com a tecnologia do Open Banking.
Quando vai valer a pena usar o Open Banking?
Como pessoa física, certamente vai valer a pena usar o Open Banking no momento de procurar as melhores ofertas para o seu perfil.
Por exemplo, você poderá verificar quais bancos tem o melhor custo-benefício e as menores taxas, ou quais as propostas que melhor atendem às suas necessidades.
Além disso, para manter o mercado competitivo, vale a pena utilizar esse sistema, e contribuir para a sua alimentação autorizando o compartilhando dos dados.
Agora, enquanto empreendedor, vai valer a pena usar o Open Banking para permitir que os clientes tenham mais crédito e, consequentemente, movimentem mais o mercado.
E, claro, também podem existir propostas personalizadas para o negócio, e, nesse caso, utilizar esse sistema também é interessante.
As tecnologias estão cada vez mais avançadas, e unir essas inovações ao mercado financeiro é uma aposta vantajosa para consumidores e também para empreendedores.
Por isso, considere adotar essa e outras tecnologias no dia a dia, potencializando suas atividades com mais segurança e praticidade.
Na STi3, por exemplo, nós contamos com diversos sistemas de gestão para ajudar o seu negócio, seja ele qual for.
Entre em contato com a nossa equipe para uma demonstração gratuita, e esteja pronto para usar o Open Banking quando ele for implementado de fato.