Muitos empreendedores já consideraram as vendas no crediário, mas podem enfrentar dúvidas quanto a esse meio de pagamento, se vale a pena e quais os riscos que o acompanham.
Afinal, trata-se de uma margem de crédito oferecida aos clientes fidelizados, que pode incentivar as compras e aumentar o ticket médio do negócio.
Por outro lado, esse recurso é uma opção mais convencional, e pode não combinar com todos os tipos de públicos, além das possíveis desvantagens do parcelamento na caderneta.
Nesse caso, antes de investir nessa alternativa para a sua loja, vale a pena entender se as vendas no crediário são interessantes, e avaliar os benefícios e prejuízos que ela pode trazer para o seu negócio. Confira mais detalhes no conteúdo que preparamos a seguir.
O que são vendas no crediário?
As vendas no crediário são uma forma de concessão de crédito oferecido ao consumidor que permite parcelamentos a longo prazo.
Sua principal característica é que em vez das mensalidades serem descontadas automaticamente, elas são emitidas em um carnê, geralmente físico, que é levado pelo cliente.
Além disso, esse tipo de venda também costuma oferecer um número maior de parcelas, chegando até a 48 vezes, o dobro da margem convencional do varejo.
Depois de emitido, o crediário pode ser pago de diversas formas, não apenas na loja, incluindo:
As parcelas contém valores fixos acrescidas de juros e correção monetária, e o pagamento pode ser feito em:
- lotéricas;
- agências bancárias;
- internet banking.
Embora os modelos de vendas no crediário mais tradicionais sejam administrados pela loja, hoje já existem formatos oferecidos por financeiras terceirizadas.
Como funcionam as vendas no crediário?
As vendas no crediário são autorizadas ao cliente após uma análise de crédito, da mesma forma que acontece ao solicitar um cartão.
Essa avaliação pode ser feita pelo estabelecimento ou por um banco, se for o caso.
Depois de ter as informações verificadas, o cliente tem seu cadastro liberado e pode utilizá-lo para fazer compras parceladas dentro da loja.
Em seguida, recebe um carnê com o número de mensalidades correspondentes. Se um consumidor optar por parcelar sua compra em 12 vezes, terá uma caderneta com 12 folhas.
Essas folhas são semelhantes a um boleto bancário, pois apresentam todas as informações dos produtos adquiridos, total da compra e quanto falta para quitar. Ainda, também podem ter um código de barras.
Para o empreendedor, as vendas no crediário funcionam como outros meios de pagamento a prazo. Mas em dos descontos automáticos, como ocorre no cartão de crédito, por exemplo, ele deve aguardar a quitação individual de cada folha do carnê no mês correspondente.
Se não tiver nenhuma administradora terceirizada, o saldo cairá direto no sistema da loja. Caso contrário, poderá receber o repasse da instituição após a confirmação.
Qual a importância das vendas no crediário para o varejo atual?
As vendas no crediário são uma importante ferramenta de fidelização do cliente, além de aumentar o ticket médio do estabelecimento e movimentar a economia varejista.
Isso ocorre porque o consumidor passa a ter uma margem adicional de gastos, com a confiança da loja, por ser um crédito extra oferecido diretamente por ela.
Dessa forma, se sentirá motivado a comprar, tendo um limite adicional, o que incentiva os gastos e facilita que o cliente leve mais produtos.
Ainda, o carnê não exige que o público tenha um cartão de crédito liberado para autorizar as vendas no crediário, por exemplo.
Assim, mesmo que as condições do cliente sejam baixas, essa alternativa é um estímulo para que ele continue comprando e sustentando o cenário econômico.
Essa forma de pagamento é especialmente comum em grandes redes de varejo e também em lojas mais tradicionais, sendo uma forma de manter o público e atrair pessoas interessadas em comprar, mas sem margem convencional para isso.
Vale a pena reforçar que o parcelamento ainda é uma das opções mais utilizadas pelos consumidores. Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em outubro de 2021, 39% dos entrevistados tinham prestações de compras. A estimativa é de 62,3 milhões de brasileiros com contas divididas.
As vendas no crediário são uma alternativa que contribuem para esse cenário, e movimentam o setor oferecendo mais possibilidades para os compradores.
Principais tipos de crediário no varejo
Empreendedores que se interessam por investir nas vendas no crediário devem conhecer os principais tipos disponíveis no varejo. Dessa forma, poderão encontrar a opção que melhor atende ao seu negócio.
Veja mais detalhes sobre as categorias de parcelamento no carnê:
Próprio
O crediário próprio é o modelo mais conhecido do mercado, onde a loja realiza todo o trabalho de análise e concessão de crédito.
Além disso, ela também se responsabiliza pelos recebimentos e eventuais riscos de inadimplência que possam surgir.
O consumidor faz o pagamento das parcelas diretamente no estabelecimento, e não existe a necessidade de pagar taxas de administração para financeiras terceirizadas.
Esse foi um dos primeiros formatos de vendas no crediário a serem implementados no Brasil, e segue, até os dias de hoje, como uma das alternativas mais usadas em varejos tradicionais.
Garantido
O crediário garantido realiza a contratação de uma instituição financeira de forma para administrar a liberação do crédito ao consumidor.
Todas as etapas de cadastro, análise e responsabilidades de cobrança ficam a cargo da empresa.
Nesse caso, a loja deixa de assumir os riscos de inadimplências, tendo mais segurança nos recebimentos. Por outro lado, precisa pagar taxas de administração, que podem variar entre 3% a 15%.
Financiado
Enquanto isso, no crediário financiado, o lojista utiliza parte do capital de uma instituição financeira para oferecer crédito aos consumidores, reduzindo os riscos da sua parte.
As mensalidades devem ser pagas diretamente à companhia contratada, e todos os juros e taxas do carnê ficam com a financeira, enquanto apenas o valor da compra é passado para o estabelecimento.
Além disso, as etapas de avaliação de crédito e perfil também seguem a cargo da empresa especializada.
Benefícios das vendas no crediário
Adotar as vendas no crediário pode trazer diversos benefícios para o varejista, e vale a pena conhecer alguns dos principais ao avaliar essa alternativa para a sua loja. Confira mais detalhes:
Mais uma alternativa de pagamento
Para o estabelecimento, oferecer crediário é adicionar mais uma forma de pagamento no seu catálogo de serviços, o que incentiva os consumidores e traz mais alternativas para o público.
A diversidade de opções é uma das principais estratégias para fidelizar clientes e se diferenciar no mercado, algo importante no setor de varejo.
Além disso, ter várias alternativas ajuda a aumentar o ticket médio, por se adequar a vários perfis e demandas.
Facilitar as vendas para o consumidor
Com o crediário, é possível facilitar as vendas para o consumidor, uma vez que o parcelamento é estendido e as taxas de juros podem ser menores do que outras formas de pagamento convencionais, como cartão.
O número estendido de mensalidades também permite que os clientes façam compras maiores, com mais flexibilidade de negociação.
Com mais parcelas, o valor de cada mês diminui, o que simplifica seu controle financeiro no dia a dia.
Ainda, é comum que lojas que trabalham com vendas no crediário também ofereçam descontos exclusivos para esse formato. Isso significa que o cliente terá ainda mais facilidades ao comprar no estabelecimento.
Vale a pena reforçar que a avaliação de crédito das lojas é mais acessível do que outras formas de financiamento, sendo um diferencial que torna o modelo mais interessante para ambos, empreendedor e cliente.
Não prender limite de cartão
As vendas no crediário, embora permitam o parcelamento, não comprometem o limite do cartão do consumidor.
Ou seja, ele continuará com margem convencional, seja no crédito ou no débito, mas sem comprometer seu poder de compra dentro do estabelecimento.
Esse benefício é atrativo para públicos que buscam alternativas acessíveis de pagamento, e também serve de incentivo para as compras, elevando o ticket médio da loja como consequência.
Ainda, manter o limite no cartão possibilita a realização de compras em outros estabelecimentos, aquecendo a economia, mesmo que localmente, o que também é vantajoso para o empreendimento.
Riscos do crediário
Por outro lado, as vendas no crediário também podem trazer alguns riscos para o vendedor, e é importante entender quais são antes de adotar essa forma de pagamento.
Veja os principais pontos negativos para se atentar:
Não ter uma garantia de pagamento
Nenhuma compra possui garantia integral de pagamento, principalmente em formato de carnê, por conta da flexibilidade oferecida ao cliente.
Além de não ter desconto automático, o consumidor também fica responsável por quitar as parcelas todos os meses por meio da sua caderneta, podendo esquecer ou pular mensalidades.
Por esse motivo, recomenda-se que o lojista faça um contrato de compra antes de autorizar a emissão, para ter uma maior garantia ou respaldo no futuro.
Contudo, mesmo assim, não é possível confirmar que o cliente irá, de fato, pagar todos os valores corretamente.
Não ter uma previsibilidade de pagamento
Embora as vendas no crediário gerem uma data de vencimento, também não existe a certeza de que o cliente irá cumprir com esse prazo.
Assim, o vendedor não pode ter uma previsibilidade de pagamento, o que acontece em outras formas mais convencionais, especialmente de desconto automático.
Além de esperar que o consumidor cumpra com a sua parte do acordo, se o formato for financiado ou garantido, é necessário esperar o repasse da instituição financeira.
Isso pode prejudicar a organização do lojista, ou mesmo atrasar a quitação dos seus próprios débitos.
Meio de pagamento com alto risco
Toda margem de crédito é um meio de pagamento com certos riscos, mas as vendas no crediário se enquadram em uma modalidade ainda mais alta.
Além da incerteza sobre as parcelas e falta de previsão de recebimento, o carnê também conta com mais chances de gerar inadimplência.
Sua emissão é feita, na maioria das vezes, de forma física, e o cliente pode perder sua caderneta de parcelas, ou mesmo esquecer de quitá-las.
Sem um controle aprimorado, o vendedor também não pode monitorar as cobranças, ou realizar o desconto automático, se houver atrasos.
Por esse motivo, essa forma de pagamento é de alto risco para a loja e também para a administradora que for contratada.
Quando as vendas no crediário podem valer a pena?
As vendas no crediário podem valer a pena para comércios com uma rede com vendas em alta demanda e um fluxo de caixa estruturado.
Dessa forma, é possível reduzir os riscos de inadimplência ou descontrole na gestão, principalmente pela presença de um fluxo mais organizado.
Por conta disso, esse formato de pagamento é mais comum em lojas mais tradicionais ou grandes redes do varejo, por exemplo.
Enquanto isso, estabelecimentos menores podem ter mais segurança no uso de meios como cartão de crédito.
Além de serem administrados por uma empresa especializada, existe o desconto automático nas faturas, reduzindo as chances de falta de recebimentos e repasses.
Assim, é uma alternativa indicada para varejos com uma estrutura mais desenvolvida, ou que possuam um sistema de gestão eficiente.
Utilizando uma ferramenta de controle assertiva, é possível monitorar os clientes das vendas no crediário e as cobranças, mesmo que sejam formatos que envolvam outras financeiras.
Caso a opção seja atrativa para o seu negócio, procure investir em uma plataforma de qualidade para a sua loja, facilitando a adoção do carnê entre seus meios de pagamento e possibilitando a fidelização de mais clientes.
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